“Caminhar pelos seus próprios caminhos”. É desta forma que o povo Wiwa, que vive na Serra Nevada de Santa Marta, no norte da Colômbia, se refere à sua vida e aos seus desejos para o futuro. E hoje nós da IATI Seguros queremos caminhar contigo, pelos caminhos dos Wiwa, para te mostrar a vida deste povo fascinante. Nem tudo envolve desenvolvimento e civilização e a vida pura, livre e despreocupada ainda existe. Podes ler até ao fim ou, se preferires, podes apanhar um voo e ir até à Colômbia. Aconselhamos o seguro IATI Mochileiro como o mais adequado para esta tua viagem, descobre por ti próprio porquê.
O povo indígena da Serra Nevada
Wiwa significa, no idioma Dumana (língua dos Wiwa), “homens das terras temperadas”. Dividem a Serra Nevada de Santa Marta com mais três povos indígenas – Kogui, Arhuaco e Kankuamo e juntos exercem o controlo social e jurídico sobre o território, que é visto como um espaço sagrado, que transcende o físico. O território deles é considerado como a “mãe”, que contém todos os elementos espirituais, que dão vida a todos os seres.
Mas porquê Wiwa? “Wi” indica algo quente e, simultaneamente, é um radical de algumas palavras que se referem a gerar ou dar origem; e “wa” utiliza-se como uma derivação de alguns nomes, nos quais de podem enumerar os seus elementos. É por isto que “Wiwa” significa “originários de terras quentes”. Este povo “caliente” têm como língua nativa o Damana, que pertence à família linguística Chibcha; e regem-se pela Lei de Origem, a sua forma de vida – “é a origem de tudo o que existe, é o princípio espiritual da existência”, dizem.
A história e identidade cultural deste povo é outra das coisas que nos fascina e conhece-se apenas devido às tradições orais, a partir de contos e mitos que passam entre os povos da Serra. Os Wiwa diziam que no início, antes da criação do mundo, eram água e os padres Sealukukui e Serankua foram quem converteu os Wiwa em pessoas e deram-lhes a responsabilidade de serem guardiões do território.
Os Wiwa sofreram constantes violações dos seus direitos humanos – foram vítimas de várias pessoas, devido aos interesses que existem sobre o seu território indígena mas, recentemente, o governo implementou políticas que favoreceram os processos de fortalecimento cultural do povo Wiwa.
Hoje em dia, e estamos a referir-nos a dados de 2015 (os últimos estudados), a comunidade Wiwa tem cerca de 10.703 pessoas, sendo que 50,8% são homens e o resto mulheres. Estas pessoas estão divididas por três zonas – La Guajira, Cesar e Magdalena; mas é interessante saberem que ainda há 1000 e poucas que vivem já nas áreas urbanas. Cerca de 49% da população Wiwa não sabe ler nem escrever. Vivem em casas retangulares e têm construções para as cerimónias espirituais, que são diferenciadas por sexo.
Há um forte vínculo espiritual com personagens sobrenaturais e que representam os seus deuses naturais: o sol e a lua. E a vida social dos Wiwa é marcada pelas diferentes manifestações espirituais, que são como um ritual.
Conhecer um bocadinho da história deste povo é fascinantes, mas acreditamos que vivê-la, no dia a dia, é coisa do “outro mundo”. Sabiam que a planta de coca é uma das plantas mais usadas para cerimónias e espiritualidades, além do tratamento de doenças? Sabiam que a base de alimentação dos Wiwa é o milho, a mandioca, a banana, a arracacha, a carne que caçam, o peixe que pescam e os legumes que cultivam? Mas, com o desenvolvimento do mundo e a expansão do comércio, também já conseguem aceder a outros produtos alimentares, como os enlatados.
Sabiam que para os Wiwa a música e a dança são de extrema importância, porque permitem manter um equilíbrio entre o homem e a natureza? A música Wiwa é conhecida como Chicote, que consiste em sons produzidos através de instrumentos como a palheta ou a gaita, que são sons vinculados aos sons da natureza.
Os homens usam calças e uma camisa larga e comprida e uma capa. As mulheres vestem um traje branco, largo, abaixo do joelho. As mulheres solteiras usam o traje completo e as mulheres casadas utilizam o traje de forma cruzada. E o mais importante de tudo isto são os tecidos, porque é através deles que se manifesta e se constrói o pensamento e o conhecimento.
Eles são muito familiares e organizam-se em relação com os antepassados espirituais, para manterem a irmandade como povo. As autoridades tradicionais são os Mamos, as Sagas e o Absogedi (pensador), que estão encarregues de serem o guia espiritual e social das comunidades.
É um povo fascinante, com uma cultura simples, mas com muita magia. Acreditam e são felizes. O povo guardião do Coração do Mundo merece ser conhecido, mas (ainda) mais de perto. Atreves-te a isso?!
Autores: TravelB4Settle