A cordilheira dos Himalaias tem cerca de 2400 km de comprimento que se estendem por 5 países, Paquistão, Índia, China (incluindo Tibete), Nepal e Butão. O nome Himalaias vêm do sânscrito e significa “morada da neve”. Só na cordilheira dos Himalaias existem cerca de 100 picos com mais de 7200 metros de altitude e 14 montanhas com mais de 8000 metros, incluindo o gigante Evereste.
Neste artigo, a IATI Seguros preparou um guião completo com toda a informação necessária para te aventurares num trekking nos Himalaias. O Nepal é o país mais famoso e mais procurado para começar esta aventura já que além de o país estar bem preparado para trekkings, as paisagens aqui são absolutamente deslumbrantes.
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Trekking nos Himalaias: com ou sem guia?
A primeira questão a colocar é a necessidade de ter ou não um guia para se fazer um trekking nos Himalaias. Não é obrigatório fazer o percurso com uma agência e há centenas de pessoas a percorrer os trilhos diariamente, por conta própria. De facto, os trilhos estão já bem marcados e em boas condições para que se possa fazer sozinho. Neste caso, os gastos em alimentação e alojamento rondarão os 10 a 20 USD por dia (os preços aumentam com o aumento de altitude).
Porém, é também possível contratar um guia individual cujo preço começa nos 15 USD por dia, até aos 50 USD/dia, dependendo do tipo de guia que se pretende (nível de fluência em inglês, anos de experiência, etc). Neste valor está excluído o preço dos hotéis e refeições já que o percurso a fazer pode ser personalizado e combinado diretamente com o guia.
Existem também pacotes com tudo incluído, onde te juntarás a outro grupo, num total de 10 a 12 pessoas. Estes pacotes já incluem guia, refeições, hotéis, medicação, porta-bagagens e por vezes também voos internos. O preço neste caso já sobe para os 800/1000 USD para um trekking de 8 a 10 dias.
Permissão para o trekking:
Para entrar na área conservada dos Himalaias, precisas de ter uma autorização especial, chamada permit, do governo nepalês, bem como um cartão TIMS. O TIMS card (Trekker’s information management system) é um cartão com todas as nossas informações pessoas registadas, enquanto que o permit nos dá acesso a determinada zona específica da cordilheira dos Himalaias.
Ambos podem ser feitos em qualquer agência de turismo no bairro de Thamel, em Kathmandu, ou na cidade de Pokhara. Para tal, precisas de levar o passaporte, 3 fotografias tipo passe e o comprovativo de seguro de viagem (no caso de não teres um seguro de saúde válido no Nepal, não te será concedido o permit).
O TIMS card tem um custo de 2000 rupias nepalesas (20 USD). Já o preço do permit depende da zona do Nepal onde pretendemos fazer o trekking:
- 2000 rupias (20 USD) para Annapurna Conservation Area (ACA), Manaslu Conservation Area (MCA) e Gaurishankar Conservation Area (GCA);
- 3000 rupias (30 USD) para os parques nacionais (Sagarmatha (Everest), Langtang, Makalu Barun, Rara, Shey-Phosundo, Chitwan, Khaptad, Bardiya, Shivapuri).
Melhor época do ano para fazer um trekking no Nepal:
Dezembro a Fevereiro – É Inverno no Nepal e embora o céu esteja limpo, as temperaturas negativas não convidam ao trekking;
Fevereiro a Abril – É Primavera no Nepal e, portanto, é uma das melhores épocas para se fazer um trilho;
Maio a Junho – É Verão no Nepal, o que significa temperaturas altas e muita poeira no ar, o que dificulta a visibilidade para as montanhas.
Junho a Setembro – É época das chuvas, o que significa ser também época das avalanches já que a chuva amolece a neve;
Outubro a Dezembro – É Outono no Nepal e por isso é a melhor época do ano para fazer um trekking.
Trekkings mais famosos:
Acampamento Base do Evereste:
Este é o trekking mais famoso dos Himalaias, que te levará até ao primeiro campo base dos Evereste, situado a 5364 metros de altitude. O trekking dura aproximadamente 11 dias e é necessário voar de Kathmandu até à vila de Lukla.
Acampamento base do Annapurna:
Este é o trekking mais procurado por caminhantes inexperientes. O trilho começa na cidade de Pokhara e pode levar entre 7 a 25 dias a ser completado, já que há vários circuitos possíveis. O ponto alto será o acampamento base do monte Annapurna, que se situa nos 4130 metros de altitude. É aqui que fica o conhecido “Santuário Annapurna”, onde há uma vista de 360 graus sobre o monte Annapuruna I (8091 m), Annapurna III (7555 m), Machhapuchhare (6993 m), Varhha Shikar (7647 m) e Khansar Kang (7485 m).
Manaslu:
Este trilho passa pelos 8 maiores picos do mundo, sem “subir” propriamente a nenhum. O permit para esta zona é bastante caro e por isso este não é uma opção muito procurada.
Makalu:
O monte Makalu é a 5ª montanha mais alta do mundo com 8462 metros de altitude. Para este trekking são necessários cerca de 16 dias, e não há hotéis pelo caminho pelo que terá de acampar ao longo do trilho.
Mustang:
Este trilho leva cerca de 18 dias a ser completado. Não é um trekking muito procurado já que é necessário mais do que um permit para entrar nesta região.
Langtang:
Este é um dos trekkings mais famosos já que fica a apenas 100 km de Kathmandu, com início na aldeia de Dunche. O ponto mais alto chega aos 3850 metros, em Kyangjing Gompa. É um dos trilhos mais fáceis de fazer e dura entre 5 a 8 dias.
O que levar:
Todo o material de trekking que precisares poderá ser comprado ou alugado no bairro de Thamel, em Kathamandu, ou ainda em Pokhara. Pertences como um casaco para a neve ou um saco de cama podem ser alugados por menos de 1 USD por dia. Tudo o resto pode ser encontrado nas centenas de lojas próprias para o efeito. De qualquer das formas não te esqueças que terás de carregar tudo às costas, durante 6 ou 7h por dia, durante vários dias. Tenta levar apenas o necessário:
- Impermeável;
- Calças de trekking;
- Camisolas térmicas;
- Botas de trekking e meias quentes;
- Gorro e luvas;
- Casaco de neve;
- Mochila;
- Saco de cama;
- Toalha de banho e produtos de higiene pessoal;
- Lanterna;
- Bastão;
- Canteiro para água;
- Mapa;
- Comida (com o aumento da altitude as refeições ficam cada vez mais caras. Pode compensar abasteceres-te com alguns snacks);
- Farmácia (além da medicação básica sugerimos ainda que leves pastilhas purificadoras de água e medicação para o mal de altitude).
Segurança:
- Faz um bom seguro de viagem com cobertura para desportos ao ar livre. O seguro IATI Mochileiro é o ideal para a tua aventura pelos Himalaias;
- Certifica-te de que a tua saúde está em dia. Fazer um trekking nos Himalaias não é perigoso, mas não esperes encontrar centros de saúde ou hospitais no meio das montanhas;
- Faz uma preparação física antes da viagem. O ideal é preparares-te com uma antecedência de 3 meses – não te esqueças que terás de caminhar cerca de 20 km por dia, com pelo menos 5 kg às costas;
- Levar um kit de farmácia e de primeiros socorros. Vale a pena levar estes essenciais para um caso de emergência;
- Cuidado com a altitude – sobe devagar, especialmente a partir dos 3000 metros onde é recomendável subir apenas 400 metros por dia. A partir dos 3000 metros faz dias de aclimatização, que são basicamente dias de descanso em que se fica no mesmo lugar, de modo a que o corpo se habitue àquela altitude. Caso sintas sintomas como dor de cabeça, fadiga generalizada, taquicardia, falta de apetite ou dificuldades para respirar, não subas mais. Espera que o teu corpo se habitue e, se os sintomas perdurarem por mais de 8 horas, começa a fazer o caminho de regresso. Os sintomas deverão parar assim que baixar de altitude. A doença de montanha não é grave se tratada com responsabilidade. Não arrisques.
Artigo escrito por: Patrícia Carvalho