O Myanmar é a nova jóia turística do Sudeste Asiático. Durante muitos anos o país esteve fechado ao turismo e só há relativamente pouco tempo começou a receber estrangeiros. Este é um dos motivos que mais têm atraído pessoas para este país, a oportunidade de conhecer um país puro que ainda não foi desvirtuado pelo turismo massivo como já acontece na maioria dos países desta região. É no Myanmar que poderás conhecer uma cultura ancestral, que se manteve intocável durante anos e anos, e ver paisagens deslumbrantes. Mas o melhor do Myanmar são as pessoas e os sorrisos. É esta a alma da Birmânia.

O turismo no Myanmar tem crescido largamente nos últimos anos e a rede de hotéis e restaurantes disponível é já bastante eficiente. Hoje apresentamos-te um roteiro de 10 dias pela antiga Birmânia, para que possas planear a tua viagem. Antes de mais, não te esqueças de contratara um seguro médico internacional com a IATI para que possas viajar em segurança.

Roteiro de 10 dias pelo Myanmar

mapa do myanmar com um alfinete em mandalay

Yangon – 2 dias

Yangon foi durante muitos anos a capital da Birmânia e por isso é a maior cidade do Myanmar. É aqui que fica o principal aeroporto do país por isso esta será a melhor porta de entrada no país.

Embora Yangon seja uma grande cidade, não é caótica ou confusa como a maior parte das capitais asiáticas. Caminhando pelas ruas de Yangon sentimos que, de alguma forma, fomos transportados para os anos 90, onde a evolução tecnológica ainda não chegou.

Uma das principais atrações de Yangon é o Shwedagon Pagoda, o pagoda mais importante do país já que aqui estão guardados 8 fios de cabelo de Buda, o que torna o local especialmente sagrado. A entrada custa 10 000 MMK. Outro pagoda bastante famoso é o Sule Pagoda, que é, ao mesmo tempo, um pagoda e uma rotunda no centro da cidade. O preço de entrada ronda os 4 000 MMK.

templos do myanmar ao nascer do sol

No final do dia e depois de visitares ambos os templos sugerimos um passeio por um dos principais parques da cidade, o People’s park ou Mahabandoola Garden. Neste último situa-se também o lago Kandawgyi.

No dia seguinte poderás visitar outras atrações da cidade como o City Hall e a China town. Caminhar pelas ruas da zona histórica faz também parte do roteiro já que só assim poderás absorver o ritmo e a dinâmica do país. Se tiveres interesse, há uma igreja portuguesa a cerca de 8 km de Yangon, a Ancient Portuguese Church. A melhor forma de lá chegar é de táxi. No local encontrarás um senhor que te explicará tudo sobre a influência portuguesa no Myanmar e a construção da igreja, vale bem a pena.

No final do segundo dia recomendamos que apanhes o autocarro noturno até Bagan, aquela que será a segunda paragem deste roteiro.

Bagan – 2 dias

templos em bagan com baoes de ar quente no horizonte

Bagan é, sem dúvida, a cidade dos templos e pagodas. Uma espécie de Angkor Wat sem centenas de turistas.  Assim que entrares em Bagan terás de pagar um ticket que te custará 25 000 MMK e lhte dará acesso a esta zona histórica. Tem-no sempre contigo pois durante a tua estadia é provável que te peçam o bilhete várias vezes.

A melhor forma de explorar os templos de Bagan é de scooter elétrica. O preço do aluguer ronda os 5 000 MMK por dia. Tem em atenção que, desde Dezembro de 2018, é estritamente proibido subir ou escalar a qualquer um dos templos. Tem cuidado e lembra-te sempre que estás perante património histórico importantíssimo datado do século XI.

Em Bagan é obrigatório assistir ao nascer do sol. O céu pinta-se em tons de vermelho e laranja, ao mesmo tempo que dezenas de balões de ar enfeitam o céu. A paisagem é deslumbrante e vale muito a pena. O templo mais famoso para ver o nascer do sol é o Shwesandaw Pagoda. Se quiseres evitar multidões logo pela manhã poderás escolher qualquer outro lugar. Será um belo momento de qualquer das formas. Durante o resto dos dias recomendamosmos que explores os vários templos desta zona. Poderás fazê-lo de forma independente ou com um guia e ambos têm as suas vantagens. Se, de forma independente, poderás explorar templos completamente vazios e visitar ao seu próprio ritmo, com um guia sempre poderás aprender um pouco mais sobre a história por detrás dos templos. Bagan não é nem de perto tão famoso como Angkor Wat, a maior parte dos templos não estão sequer sinalizados no mapa e, depois de 3 ou 4, poderás sentir que todos são iguais. Neste caso, o guia será a melhor opção.

Bagan pode ser muito quente por isso sugerimos que escolhas um hotel com piscina onde poderás refrescar-te no final do dia depois de um dia inteiro a explorar templos.

Trekking desde Kalaw até Inle Lake – 2 dias

vista aerea dos campos durante o trekking até inle lake

Caso tenhas tempo suficiente aconselhamos também fazer um trekking até ao Inle Lake, aquela que será a terceira paragem deste roteiro. O trekking começa na pequena cidade de Kalaw pelo que terás de ir desde Bagan até Kalaw de autocarro. Lá encontrarás várias agências que fazem trekkings de 2 ou 3 dias. A dificuldade é média e poderás ainda pernoitar num mosteiro no meio das montanhas e passar por aldeias isoladas. Os preços começam em 30 000 MMK.

Inle Lake – 2 dias

pescadores com as suas redes tradicionais em inle lake

O Inle lake é, a par de Bagan, uma das principais atrações do Myanmar. Este é um dos maiores lagos do país em torno do qual, ao longo de décadas, se desenvolveram várias vilas e aldeias flutuantes. Estando estas tão isoladas acabaram por desenvolver as suas próprias técnicas de cultivo e de pesca, o que torna este lugar único no mundo.

Tal como em Bagan, também aqui terás de pagar cerca de 15 000 MMK por um ticket que lhe dará acesso a esta zona. Nyaung Shwe é a vila onde se concentram a maior parte dos hotéis.

Aqui terás de alugar um barco que te levará, durante o dia, a vários pontos turísticos ao longo do Inle Lake. Normalmente começam bem cedo, para poder assistir ao nascer do sol nas montanhas. Depois, passarás por vilas flutuantes, mercados, fábricas de prata e de tabaco artesanal e até jardins flutuantes. Poderás também acordar com o teu guia que locais preferes visitar. O preço do barco ronda os 49 500 MMK e leva no máximo 6 pessoas.

barcos tradicionais de pesca em inle lake

No dia seguinte sugerimos que alugues uma bicicleta e dês a volta ao lago. Passarás também por pequenas aldeias, escolas e mercados locais. Nos hotéis costumam ter mapas para te ajudar já que este passeio de bicicleta é muito comum. No final poderás voltar de barco com a bicicleta até Nyaung Shwe, apenas terás de acordar o preço com um dos muitos barcos que lá esperam pelos turistas.

Mandalay – 2 dias

De seguida, e como última paragem, recomendamos Mandalay, aquela que também foi, em tempos, capital da Birmânia. As principais atrações de Mandalay não se situam no centro da cidade mas sim na periferia. O mais famoso é sem dúvida o templo branco, Hsinbyume Pagoda, em Mingun. Para lá chegar terá de apanhar um barco, cujo bilhete de ida e volta custa 5 000 MMK. Do porto até ao templo serão uns 10 minutos de caminhada e passará também por outras atrações como Mingun Pahtodawgyi, um templo que seria o mais alto do mundo se tivesse sido acabado, e o Mingun Bell, o segundo maior sino do mundo, com 90 toneladas.

monges noviços no templo branco de mandalay

Já na parte da tarde sugerimos que vá até Amarapura, pois é aqui que se situa a famosa U Bein Bridge, onde poderá assistir a um fantástico pôr-do-sol. Mas além da famosa ponte vale também a pena visitar o Mosteiro Mahagandhayon e o Mosteiro Bagaya.

No segundo dia aconselhamos que explore a cidade de Mandalay de bicicleta, para que também possa absorver a dinâmica da cidade. Como atrações tem o Palácio de Mandalay e o Templo do Buda Mahamuni. Este último é um dos mais importantes locais de peregrinação no Myanmar. A imagem de Buda pesa 6,8 toneladas e tem cerca de 3,8 metros de altura. É comum que os homens coloquem folhas de ouro na imagem de Buda, como que por tradição (a entrada é proibida para mulheres). Contudo, ao longo dos anos, esta tradição fez com que a própria imagem de Buda ficasse desfigurada pois já conta com uma camada de cerca de 15 cm em folhas de ouro. É possível ver no templo a evolução da imagem de Buda ao longo dos anos.

ponte u bein sobre o rio Ayeyarwady ao atardecer

Uma outra atração muito interessante será assistir a um show dos Moustache Brothers. É uma espécie de teatro formado por membros da mesma família onde as pessoas contam as suas histórias de vida em jeito de comédia, abordando também, de uma forma satírica, como era a vida durante o regime militar birmanês. O espetáculo custa 10 000 MMK e é em inglês.

Por fim recomendamos que use o aeroporto de Mandalay como porta de saída do país, já que este é também um dos aeroportos principais.

 

Autora: Patricia Carvalho, Girl From Nowhere