Hoje, no blog da IATI Seguros, a referência no que toca a seguros médicos de viagem, Mar Villalba, do blog Mi Ruta, dá-nos a conhecer um pouco mais sobre o Turismo Responsável.
As férias estão a aproximar-se, e já estamos todos a pensar na próxima viagem ou na próxima escapadela….
Com certeza que sonhamos com aquela praia espetacular, com florestas refrescantes, com excursões divertidas, com a surpresa de conhecer outras culturas e trazer aquela fotografia espetacular para publicar rapidamente nas nossas redes sociais.
E certamente procuramos aquela oferta irresistível de voo e alojamento, mas já pensaste em como a tua visita afeta estes destinos?
Para onde quer que viajes, a tua primeira responsabilidade como viajante é viajar em segurança, por isso não te esqueças de fazer um seguro de viagem.
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O que é o turismo responsável?
Turismo responsável significa que, onde quer que vamos no mundo, adotamos uma atitude responsável. Isto significa viajar de uma forma que respeite e beneficie as populações locais, a sua cultura, a sua economia e o seu ambiente. Mas se não estivermos familiarizados com o termo, por vezes é difícil saber o que significa ser um turista responsável.
As Nações Unidas declararam 2017 o Ano do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento: um ano inteiro dedicado a recordar-nos que o turismo não é apenas uma questão de ver lugares, mas de nos ligarmos às pessoas e culturas locais, respeitando os seus recursos naturais e o seu património, e que a nossa visita tem sempre um impacto positivo no destino.
Como ser um viajante responsável
Antes de viajar:
O primeiro sinal de respeito para com uma pessoa é tentar conhecê-la. Antes de viajar, procura informações sobre o local que vais visitar: a sua história, cultura, economia, natureza, religião, gastronomia… e, por cortesia, aprende algumas expressões na língua local.
Todos nós procuramos pechinchas quando viajamos, mas nem sempre temos consciência de que por detrás destas ofertas existem empresas cujas condições de trabalho dos seus empregados raiam a exploração. Se puderes, escolhe operadores turísticos, companhias aéreas e hotéis que se comprometam com os seus trabalhadores, as comunidades de acolhimento e o ambiente.
Outra decisão antes de viajar é escolher o meio de transporte; há meios mais ou menos poluentes, podes tomar a decisão com base no preço, na distância ou no conforto, mas e se tivermos em conta, a partir de agora, também o critério da sustentabilidade?
Durante a viagem:
Se em casa reciclas, gostas de animais, respeitas os teus vizinhos, independentemente da sua cultura ou religião, e cozinhas produtos frescos na tua cozinha… não te esqueça de todos estes bons hábitos quando estiveres de férias.
Escolhe um alojamento que respeite o ambiente e comporta-te como se estivesse em casa. Nos hotéis, não abuses do duche ou das toalhas, pois a água é um bem comum e muito escasso. Se ficares em apartamentos ou no campo, não te esqueças de gerir os teus resíduos.
Come produtos locais, aprecia a gastronomia local, os mercados de produtos frescos, os restaurantes onde os habitantes locais se divertem, assim comes de forma mais saudável e terás um impacto económico positivo no destino.
Integra-te na cultura: há lugares onde certas palavras ou gestos têm significados diferentes, podem até ofender, por isso integra-te na cultura local e respeita os seus costumes. Há sítios onde não é permitido entrar em templos sem cobrir a cabeça, por exemplo. Lembra-te que és tu que os vais visitar. Para as mulheres, é uma boa ideia viajar sempre com um lenço ou xaile, para o ter sempre à mão quando precisares de cobrir os ombros ou a cabeça.
Se reservares excursões ou atividades, fá-lo com empresas ou guias locais, desta forma apoiarás o desenvolvimento local e o desenvolvimento económico de pequenos empresários, mesmo projetos que são o sustento de pequenas cidades.
Utiliza os transportes públicos, aluga uma bicicleta ou anda a pé: irás encontrar pessoas locais e conhecer o destino muito melhor do que atrás da janela de um carro ou de um táxi.
Não economizes nas entradas em parques, monumentos ou museus. Gostas de os encontrar em perfeitas condições, não é verdade?
Se há uma coisa que muitos viajantes gostam de fazer é regressar a casa com uma lembrança para recordar a sua viagem. Aproveita para conhecer o artesanato local, compra uma lembrança única e autêntica. Estarás a ajudar a manter vivo o artesanato tradicional, ao mesmo tempo que apoias pequenos empresários e artistas independentes. Mas evita comprar objetos feitos de presas ou chifres de animais em vias de extinção ou de plantas protegidas.
E não regateies – a não ser que se trate de um costume local, o artesanato envolve muitas horas e habilidade, e uma pequena quantia para ti pode ser extremamente importante para o vendedor.
Provavelmente já pensaste em visitar um jardim zoológico, andar de elefante ou nadar com golfinhos. Nunca participes em atividades com animais, sem fazer primeiro o trabalho de casa. Muitas destas atividades são apresentadas aos turistas como esforços de conservação ou como diversão amiga dos animais, mas a realidade pode ser muito mais negra do que pensas, com animais criados em cativeiro, maltratados e negligenciados. Exclui as atividades que utilizam os habitantes locais como adereços, como as visitas a orfanatos, onde muitas vezes as crianças não são órfãs, mas sim filhos de famílias que foram forçadas a acreditar que mandando os seus filhos para longe lhes darão uma melhor educação e uma vida melhor.
Na minha opinião, há poucos viajantes irresponsáveis, mas muitos desinformados.
Se és um amante de fotografia, já te sentiste muitas vezes tentado a fotografar lugares ou pessoas que podem não gostar muito das câmaras. Pede autorização antes de fotografar, em algumas culturas, é também uma violação das suas crenças espirituais e culturais. Além disso, pedir autorização antes de fotografar dá-te a oportunidade de ter uma conversa e é disso que gostamos quando viajamos, não é?
Podes oferecer uma cópia dessa fotografia para ajudar a fazer um intercâmbio.
Há destinos excitantes para descobrir mas, infelizmente, mostram-nos situações de extrema pobreza. Pensa em como é ético tirar fotografias de crianças com olhos grandes e sorrisos bonitos nesses países. Ultimamente, o “turismo de pobreza” está na moda e não podemos dizer que seja muito responsável, embora isso dependa também das intenções da viagem.
Tem cuidado ao dar presentes ou dinheiro a mendigos ou crianças, por vezes é inevitável e com boas intenções, mas só vai perpetuar o estereótipo do turista como salvador, e muitas vezes essas moedas que dás nem sequer chegam às mãos da pessoa a quem as deste, especialmente no caso de crianças mendigas, muitas vezes vítimas de uma organização. Apoiar a comunidade através de uma escola local ou de um projeto de desenvolvimento pode ser mais construtivo.
E, em caso de dúvida, um sorriso é um sinal internacional de cordialidade e simpatia, por isso, se tiveres um problema, sorri!
Depois da viagem:
Espalha a palavra, partilha com outros viajantes sobre questões, organizações e causas locais, mantendo o ciclo do turismo responsável. Cumpre as tuas promessas e, acima de tudo, DESFRUTA DA VIAGEM!