A consulta do viajante é uma consulta médica regular destinada a todos aqueles que se vão ausentar do país. Contudo, ir ou não à consulta do viajante, ou para que é que esta realmente serve, são ainda objeto de dúvida e discussão nos dias de hoje. Neste sentido, a IATI Seguros preparou um artigo com todas as questões relacionadas com esta temática de saúde em viagem para que possa ficar esclarecido.

Porém, fazer a consulta do viajante não invalida a necessidade de um seguro de saúde, por isso antes de mais não se esqueça de subescrever o seu seguro de viagem com a IATI Seguros.

O que é a consulta do viajante?

A consulta do viajante é uma consulta médica normal dada por um médico especializado em medicina tropical. Este tipo de consultas está destinado a todas as pessoas que se vão ausentar do país por um determinado período de tempo e que como tal, necessitam de informações médicas pertinentes.

Consulta do viajante

Para que serve a consulta do viajante?

A consulta do viajante tem duas vertentes, embora geralmente apenas uma delas seja conhecida – a consulta pré-viagem e a pós-viagem.

Tal como o nome indica a consulta pré-viagem é realizada antes da viagem e serve fundamentalmente para aconselhar e mesmo para prescrição médica de vacinas e medicação necessária àquele que vai viajar. Este é o lugar ideal para retirar todas as suas dúvidas relativamente aos cuidados de saúde e higiene que deverá ter durante a sua viagem, ao invés de se ficar pelas dicas que encontra na internet. Em termos de saúde, devemos sempre aconselharmo-nos com alguém especializado.

Nesta consulta, e de acordo com o local para onde vamos viajar e o tempo da viagem, obtemos várias informações importantes como que vacinas são obrigatórias e/ou recomendadas tomar; que medicação deveremos levar connosco; o que vestir e que tipo de repelente usar; que tipos de comida deveremos evitar; se podemos ou não beber água corrente (não engarrafada); se devemos ou não fazer profilaxia da malária, etc. Além disso, o médico especialista coloca-nos também a par de crises de saúde pública que possam estar a ocorrer no país de destino nesse determinado momento (como por exemplo o caso do vírus Zika, Ébola ou até mesmo a gripe aviária).

Já a consulta pós-viagem é feita assim que regressarmos a Portugal e serve fundamentalmente para fazer o despiste de doenças virais ou infecciosas que possamos ter contraído e, consequentemente, trazido para Portugal.

Em que situações devo ir à consulta do viajante?

Deve deslocar-se à consulta do viajante sempre que viaje para um país de clima tropical ou um país com condições higiénico-sanitárias precárias. Idealmente para qualquer país da América Central e do Sul, África e Ásia.

E no caso de viajar para um país europeu?

No caso de viajar para um país europeu, deixa de ser tão necessário fazer a consulta do viajante (salvo algumas exceções), já que estará salvaguardado pelo Cartão Europeu de Seguro da Doença. Este cartão, que pode ser obtido via online ou na Segurança Social, assegura-lhe tratamento e assistência médica em todos os países pertencentes ao Espaço Económico Europeu (EEE), Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Tal significa que, em caso de urgência médica, os cuidados de saúde serão prestados nos mesmos moldes do país de origem – ou seja o que pagaria em Portugal por esse tratamento é o mesmo que pagará em qualquer um dos países acima mencionados. Contudo, é extremamente importante ter o Cartão de Saúde pois caso contrário poderá não usufruir dos mesmos direitos.

Cartão Europeu de Seguro da Doença

Com quanto tempo de antecedência devo ir à consulta do viajante?

Recomenda-se que faça a consulta do viajante cerca de 4 a 6 semanas antes da viagem. Isto porque muitas das vacinas recomendadas são aplicadas em várias doses sendo estas administradas com um determinado espaçamento de tempo entre elas (como o caso da vacina da raiva ou da encefalite japonesa). Ora se for à consulta com uma semana de antecedência já não poderá tomar a dose seguinte. Além disso, todas as vacinas têm um determinado tempo de imunização, a partir do qual começam verdadeiramente a fazer efeito.

Onde posso marcar a consulta do viajante?

A consulta do viajante pode ser efetuada no serviço público ou privado. Este tipo de consulta já faz parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e está sujeito à taxa moderadora de 5,00 € (se não for isento). No site da sua Administração Regional de Saúde encontrará o centro de vacinação internacional mais próximo de si para marcar a sua consulta. Sugerimos que a marque com bastante antecedência pois geralmente as marcações estão sempre lotadas, principalmente na época do Verão.

Em termos de serviços privados, existem tanto as consultas físicas como as consultas online. São efetivamente consultas mais caras (entre os 30 e 70€) com a vantagem de não terem um tempo de espera tão longo.

As vacinas prescritas na consulta do viajante são gratuitas?

Depende da vacina. Portugal é dos países europeus com melhor Plano de Vacinação Nacional (PVN), com 14 vacinas incluídas. Ora todas as vacinas que fazem parte do plano são gratuitas e são logo administradas na consulta do viajante, caso a consulta seja feita a partir do SNS. Caso necessite de uma vacina que esteja fora do PVN, então o paciente terá de a comprar numa farmácia e deslocar-se então a um centro de saúde para que esta lhe seja administrada.

vacinas necessárias para viajar

Que documentos devo levar para a consulta do viajante?

De acordo com o SNS deve fazer-se acompanhar da seguinte documentação:

  • Documento de identificação;
  • Boletim de vacinas;
  • Cartão do SNS/ADSE;
  • Certificado internacional de vacinação (se já o tiver);
  • Lista com a medicação que toma habitualmente.

Outras recomendações importantes:

  • Fazer a consulta do viajante não invalida a necessidade de fazer um seguro de viagem. Efetivamente, a consulta serve para aconselhar e precaver determinados cenários. Contudo, nada impede que estes aconteçam. Pode consultar aqui todos as vantagens de assistência médica internacional incluídas no seguro IATI Standard;
  • Alguns países têm vacinas obrigatórias, o que significa que poderá ser impedido de entrar no país caso não a tenha tomado, ou caso não tenha consigo o Certificado Internacional de Vacinação, para o poder provar (por exemplo a vacina da doença meningocócica e poliomielite são obrigatórias para entrar na Arábia Saudita);
  • É aconselhável levar a receita médica de todos os medicamentos que estiver a tomar no momento. Certas substâncias legais em Portugal podem ser ilegais noutros países;
  • Vale a pena pesquisar sobre possíveis acordos de assistência médica internacional que possam existir entre ambos os países;
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros lançou recentemente a app Registo do Viajante, disponível para Android e iOS. É uma aplicação destinada a todos os portugueses no estrangeiro que além de lhe fornecer toda a informação de saúde e segurança para o seu país de destino, lhe permite ainda registar a sua viagem. O objetivo é lançar um alerta para as autoridades em caso de emergência, funcionando assim como um “112 do viajante”. Pode ser ativado em situações de emergência como catástrofes naturais, acidentes rodoviários e ferroviários, atentados terroristas ou situações de insegurança.

 

Artigo escrito por: Patrícia Carvalho