Antes de chegar ao roteiro final, que efetivamente tivemos a sorte de fazer, falámos com vários aventureiros que já tinham estado na Colômbia para ter uma melhor noção de dias a ficar em cada local; zonas mais ou menos seguras; coisas a não perder e, claro, comida a provar!
Uma das prioridades nas nossas viagens é também a segurança e, como tal, aqui na IATI recomendamos sempre que o façam com seguro, escolhendo o que melhor se adaptar ao tipo de viagem/viagens que realizam, mas garantindo uma assistência à altura em caso que algum problema de saúde ou até mesmo com a bagagem, como por exemplo o IATI STANDARD.
Roteiro de 20 dias pela Colômbia
As nossas viagens são de pouco descanso e por vezes podem não se adaptar ao que procuram, mas fica a nossa sugestão para 20 dias, muito bem passados, na Colômbia:
Bogotá – Salento – Medellín – Guatape – Cartagena das Índias – Santa Marta – Cali – Bogotá.
Entrámos e saímos do país por Bogotá, portanto, a primeira paragem lá foi mesmo muito curta, apenas para descansar das várias horas de avião e repor o sono. No dia seguinte acordámos cedo, explorámos um bocadinho da zona antiga da cidade e seguimos caminho rumo ao terminal de autocarros, para apanhar o que faz ligação de Bogotá até Arménia, para depois seguir para Salento.
De Bogotá para Arménia fizemos o percurso de autocarro, mas não vamos mentir: custou imenso! O que toda a gente nos dizia que seriam 5 a 7 horas foram na realidade 10 horas, pois a estrada estava com algumas obras de manutenção e acabou por ocupar o dia todo – ninguém nos recomendava fazer a viagem à noite e, sendo a primeira que fazíamos neste país, seguimos esse conselho. Chegámos a Arménia perto das 21h! E, SURPRESA, o último autocarro com destino a Salento tinha sido às 20h… Assim sendo, tivemos de ir de táxi (mais caro) … Eram perto de 22h quando conseguimos, finalmente, chegar ao nosso destino!
No dia seguinte conseguimos facilmente esquecer as peripécias do caminho até lá, Salento é in-crí-vel! Recomendamos ficar por aqui o tempo que ficámos, 3 dias completos!
É “obrigatório” visitar toda a vila de casas coloridas; a Calle Real, repleta de restaurantes, lojas típicas e vendedores de arepas onde se consegue provar este ícone gastronómico da Colômbia; subir os 250 degraus para chegar ao Mirante Alto de La Cruz; sair da vila e ir passar um dia completo ao Valle de Cocora, que fica no Parque Nacional de Los Nevados – vale mesmo a pena cada km que por lá se caminha! O dia no Valle é muito cansativo, mas é mesmo imperdível. Para quem não tiver medo, ainda recomendamos o passeio a cavalo que inicia no centro da vila e segue pelas redondezas de Salento até uma pequena cascata.
De Salento para Medellín, ainda estávamos reticentes com as viagens de autocarro e as previsões de duração que nos diziam, acabámos por mudar o nosso plano inicial de fazer este percurso novamente de autocarro. Optámos por comprar um voo interno e fizemos este trajeto de avião… mas alertamos que é bastante mais caro, pior ainda comprando com pouco antecedência.
Medellín era a nossa primeira experiência numa cidade grande e cuja segurança era um fator a ter em conta! Íamos ficar 2 dias completos por aqui, num deles explorámos por nós mesmos e provámos a famosa Bandeja Paisa, um dos pratos mais típicos da Colômbia e, no outro dia, fizemos uma tour de dia completo. A tour incluía conhecer uma réplica de um antigo município Paisa; a Praça Botero; o Parque dos Pés Descalços; as imediações do Estádio do Atlético Nacional (Prado Verde); andar de Metro e Metrocable e, a parte mais incrível de todas, conhecer a Comuna 13. Aqui a recomendação IATI é que só vão se acompanhados por um guia, mas é fantástico, ver toda a história política e urbana que a arte de rua deste bairro nos conta! Ficámos encantados com esta cidade e talvez tivesse sido boa ideia mais 1 dia por aqui…, mas, 2 dias deu-nos para isto! A manhã seguinte seria já para despedir de Meddelín e apanhar um autocarro para uma pequena viagem até Guatapé.
O trajeto de autocarro (Medellín – Guatapé) é seguro e rápido, apesar de parte do percurso ser de curva e contracurva, é a melhor forma de ir até lá!
Ainda aproveitámos a tarde pela vila dos famosos zócalos. Ficámos mais 2 dias completos em Guatapé, que viemos a perceber que podia ter sido apenas 1, mas deu para descansar… A não perder por aqui é mesmo a subida ao topo da Piedra Del Peñol, que recomendamos que o façam pela manhã cedo – por o calor ser mais suportável e para ter menos turistas; e o passeio de barco onde vão conseguir ver a antiga quinta e casa de Plabo Escobar, a La Manuela, que agora está entregue ao exército e já não é permitido encostar os barcos e sair para explorar… Ou seja, no dia que se sobe até à famosa Piedra dá para fazer o passeio de barco também. Nós como tínhamos ainda um dia, aproveitámos para conhecer muito bem este Pueblo, conhecido pelos zócalos, os “abuelos” a fumar cigarros na praça central em frente à igreja e comida paisa que parece melhor de restaurante em restaurante…que perdição de comida a deles! Tivemos por lá na altura da Páscoa, o que também lhe deu algum encanto com as cerimónias típicas. Os zócalos, terminando o suspense, são nada mais nada menos do que as pinturas coloridas e com relevo que decoram maior parte dos edifícios e tornam a vila muito típica e fotogénica.
A próxima paragem era mais distante e fazia mudar o ambiente envolvente, apanhámos novamente autocarro até Medellín e fomos diretos ao aeroporto, para voar até Cartagena das Índias! Dada a distância e como são as estradas, recomendamos mesmo avião.
Cartagena das Índias é de facto lindíssimo, ficámos por lá 3 dias completos e sentimos que tem muita coisa para ver além das praias que lhe dão fama! Aqui conhecemos um estilo de música e dança típico, a Champeta! Que ritmo que esta gente tem e como dançam…! Os finais de tarde foram sempre passados perto da Torre do Relógio a ver atuações de rua, não nos cansávamos…
Há uma tour, com um preço bastante acessível, que dá uma passagem geral pela cidade e redondezas num “comboio turístico”, o que vale a pena pois permite ter noções de distâncias entre os pontos turísticos e conhecer, mesmo que rápido, todos os locais de atração. A cidade só por si é muito bonita e não nos fartávamos de caminhar pelas animadas ruas. À noite há muita animação também, foi provavelmente a zona da Colômbia que sentimos mais isso. Um dos dias dedicámos a fazer praia nas famosas Islas del Rosario, é um dia muito bem passado, mas entre a praia aqui e a que fizemos mais à frente na nossa viagem, já no Tayrona, recomendamos claramente o Tayrona…
De Cartagena seguíamos caminho até Santa Marta, mais especificamente para a vila piscatória próxima a Santa Marta, Taganga! Esta vila além de ter o carisma próprio de uma vila piscatória é o local perfeito para apanhar uma lancha até ao Parque Nacional Tayrona… Mas vamos por partes: percurso de Cartagena até Santa Marta, fizemo-lo de minibus, confortável e relativamente rápido (não chega a 4 horas). Após chegados a Santa Marta, um táxi de 15 minutos deixou-nos em Taganga…e que sorte tivemos nós com o taxista que apanhámos! Após entender que gostávamos do jogador El Pibe, um ícone colombiano do futebol, fez-nos uma pequena tour por Santa Marta antes de nos levar ao nosso destino. Estávamos cada vez mais encantados com este povo e cultura. Em Taganga ficámos num hostel com uma vista de cortar a respiração… ficámos por aqui 2 dias completos, sendo que em 1 dia se conhece perfeitamente Taganga e no outro é claramente obrigatório ir até ao parque Tayrona. Há várias formas de ir até ao Tayrona, nós obviamente optámos por a que nos parecia mais aventureira…LANCHA! Todos os relatos sobre viagens atribuladas que tínhamos ouvido e/ou lido mostraram-se reais… mas não é que vale a pena e voltávamos a fazer tudo igual?!
O Tayrona é impressionante e, após chegarmos lá é fácil esquecer a hora de lancha contra a corrente do mar…e na hora de regressar, tudo é mais pacifico pois já vamos a favor da corrente. Há quem fique a dormir no Tayrona, talvez ao voltarmos a organizar esta viagem tivéssemos pernoitado por lá e só regressávamos no dia seguinte… Mas diria que muito mais tempo do que isso, num país com tanto por conhecer, também não se justifica. A nível de praia, o dia no Tayrona foi de facto o ponto alto, é só preciso ter alguma atenção aos crocodilos que se passeiam pelo parque…
De Taganga seguíamos novamente viagem, até Santa Marta para daí seguir de avião novamente até a uma cidade icónica…estava na hora de conhecer a Capital Mundial de Salsa e ter aulas com quem sabe!
Cali! Estávamos particularmente ansiosos!! Iam ser apenas 2 dias completos nesta cidade, portanto havia que aproveitar bem cada segundo. Nestes casos consideramos que tours que percorram toda a cidade são sempre boa opção. Chegámos a Cali ainda de dia, portanto nesse dia explorámos logo um pouco de forma autónoma a zona próxima ao nosso hostel e fomos logo conhecer o famoso gato de Cali, o símbolo da cidade. No dia seguinte tínhamos então uma tour completa que nos levava de carro aos chavões turísticos, com degustação de Lulada (que delicia!) e a terminar da melhor forma numa aula de Salsa! Destacamos o Cristo Rey; o percurso à beira rio com os seus típicos gatos e a aula de Salsa. Mas em Cali nós simplesmente adorámos a mística da cidade, sem sabermos explicar muito bem o porque, foi uma cidade que gostámos mesmo muito de conhecer. Os grafitis pelas ruas, os vendedores ambulantes, os donos do hostel que nos acolheram e ajudaram a aproveitar a cidade ao máximo mesmo não ganhando nada a mais por isso. Dali tínhamos planeado seguir até ao deserto de Tatacoa mas, devido a uma greve chamada Paro, organizada pelos povos indígenas, as estradas que iriamos percorrer desta vez ao volante um carro alugado ficaram por conhecer…Estavam completamente cortadas, situação que se chega a manter vários dias seguidos..
Tivemos de improvisar, remarcar e reorganizar o final de viagem que levávamos planeado, onde mais uma vez a ajuda dos nossos anfitriões foi fulcral! Assim sendo, seguíamos antecipadamente para Bogotá, onde íamos terminar a viagem com 4 dias completos para explorar a capital Colombiana. Fizemos o percurso longo de autocarro, não queríamos vir embora sem enfrentar uma vez mais uma viagem das longas (e baratas), agora noturna.
Sendo noturna a viagem de autocarro de Cali a Bogotá é perfeitamente suportável! Repetíamos o plano.
Em Bogotá ficámos alojados no bairro mais famoso e antigo da capital: La Candelaria – Amámos a cidade e o bairro! Aqui, apesar de termos sempre muita atenção e cuidados com a nossa segurança, conhecemos tudo de forma autónoma. Tínhamos tempo, portanto não sentimos necessidade de guias/tours/etc. Toda a zona da Candelaria merece claramente ser explorada e fotografada! Vamos deixar então alguns pontos a não perder: Museo Botero (gratuito); Museo del Oro (gratuito ao domingo); Plaza de Bolívar; Cerro Monserrate e procurar uma free WalkingTour para explorar mesmo bem a Candelaria caso não se sintam confortáveis sozinhos como fizemos…mas aqui sim, os grafitis são de perder conta e com cores que não parecem reais!
Adorámos o país, sentimo-nos seguros e surpreendidos pela positiva pois levávamos uma ideia completamente errada e, não fosse faltar-nos tanto mundo para conhecer e repetíamos já para o ano…! Ficou muita coisa por conhecer, 20 dias acabam por ser pouco para tamanho País, Pessoas e Cultura!
Se ficaste interessado nesta viagem, dá uma vista de olhos ao artigo que escrevemos com curiosidades sobre a Colômbia!
Autora: Mara Bento – Anda Comigo